Sunday, August 28, 2005

Alguns outros escândalos do momento...

Renúncia de bispo argentino é aceita após divulgação de vídeo

Roma, 22 ago (EFE).- O papa Bento XVI aceitou a renúncia do bispo argentino Juan Carlos Maccarone depois que o Vaticano soube da existência de um vídeo que mostra a relação íntima do religioso com um jovem, em um caso que gerou polêmica na Argentina.
A Santa Sé informou na sexta-feira que aceitava a renúncia de Maccarone, conforme o artigo 401/2 do Código de Direito Canônico, pelo qual "se roga encarecidamente ao Bispo diocesano que apresente a renúncia de seu ofício se por doença ou outra causa grave ficar reduzida sua capacidade para desempenhar seu cargo".
Segundo a edição desta segunda-feira do jornal Corriere della Sera, o papa foi informado sobre o caso durante sua viagem à Alemanha por ocasião da Jornada Mundial da Juventude "e imediatamente aceitou a renúncia" do bispo, responsável pela diocese de Santiago del Estero.
A imprensa argentina repercutiu o escândalo ontem, domingo, ao revelar que a renúncia de Maccarone, de 64 anos, foi apresentada devido à divulgação de uma gravação em que o prelado aparece numa relação íntima com um jovem de 23 anos.
O jornal Página/12 afirmou que o bispo admitiu o fato antes de apresentar sua renúncia, e que várias cópias do vídeo foram distribuídas em meios de comunicação de Santiago del Estero, âmbitos políticos e judiciais da província e autoridades da Igreja argentina.
O Corriere della Sera destaca nesta segunda-feira que Maccarone era "muito respeitado e estimado na Argentina", mas afirma que durante seus anos de episcopado "colecionou poucos, mas potentes inimigos no mundo político e econômico de sua cidade".
Conhecido por suas denúncias contra a corrupção, "não era nenhum segredo que pertencia à ala progressista da Igreja argentina, a mais atenta às causas dos pobres e às injustiças sociais", acrescenta o jornal. EFE jac dgr/ta
http://br.news.yahoo.com/050822/40/w sih.html

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ABKnet News - 28/07/2005 - Exclusivo

O segredo de Adryanna Barros

O maior escândalo empresarial na Alemanha tem uma brasileira como um dos personagens principais.
A paixão de um executivo da Volkswagen financiou ilegalmente durante pelo menos oito anos a carreira de uma apresentadora da Rede TV!.
Viagens com vôos na primeira classe, hotéis cinco estrelas, contratos fantasmas, apartamento de luxo, fazenda e ONG duvidosa, presentes de amor, contribuiram para a queda de Klaus Volkert, um torneiro-mecânico que chegou ao ápice da empresa.
O caso foi desvendado por um auditoria interna da companhia, ocupa as manchetes dos diários do país e agora está ocupando a polícia e a promotoria pública. A Volkswagen, sangrada em milhões de Euros por quem deveria dirigi-la com lucros, além de caso de policia, é também agora mais uma empresa a ser saneada e com futuro incerto.
Um dos nomes mais citados pela imprensa alemã, Adriana B., que já enriquece o acervo de lorotas e piadas no país, é desvendado pelo ABKnet como sendo Adryanna Barros, de Garça, interior paulista, com queda para homens mais velhos e endinheirados.
Nem somente o samba nasceu lá na Bahia. Nas noites quentes da ilha de Itaparica iniciou-se em meados dos anos 90 um romance que hoje ocupa a indignação de milhares de funcionários de um dos maiores fabricantes de automóveis do mundo, as páginas de jornais, uma auditoria interna, policia e promotoria pública da Alemanha.
Um dos nomes mais insistentemente citados pela imprensa teutônica no caso, Adriana B., logo entrou para o rol de piadas comuns a casos escabrosos como o escândalo que a Volkswagen vem enfrentando há semanas e praticamente arruinou imagem e finanças do maior fabricante de automóveis da Europa: Executivos da companhia armaram em dez anos, a partir de 1996, segundo a auditoria interna, um esquema de financiamento de orgias internacionais em beneficio próprio, que ultrapassou os limites da imaginação mesmo de peritos familiarizados com essa espécie de crime.

O destino de Adriana e o torneiro-mecânico
O que ninguém sabe, e desvendamos agora, é que a tal brasileira Adriana B. é a apresentadora Adryanna Barros, que na Rede TV! possui programa dominical homônimo voltado ao turismo.
Exigente passageira de vôos de primeira classe e provavelmente possuidora de poderes indecifráveis, ela encantou Klaus Volkert, hoje com 62 anos, casado e pai de uma filha, um torneiro-mecânico que através do sindicato dos metalúrgicos local chegou ao conselho de funcionários da Volkswagen alemã e ocupou, até há pouco, uma cadeira no conselho executivo da empresa, onde representava os seus colegas no modelo de decisões patrão-empregado tão elogiado da Alemanha. Seu engajamento chegou a lhe render um título de doutor Honoris Causa de uma faculdade da cidade de Braunschweig. A ascensão do sindicalista tem um fim doloroso e ainda sem defecho.
Klaus Volkert adiantou-se às consequências, renunciou ao cargo duas semanas atrás e enfrenta agora a empresa e a justiça pela nababesca vida dos últimos dez anos, onde pulverizou centenas de milhares de euros alheios em vez de defender os interesses de quem representava. Tudo isso por causa da Adriana B., aliás, Adryanna Barros.
A história de Adryanna não é diferente, a princípio, de muitas outras pelo mundo. Mas nos detalhes com certeza é única.
Adriana Maravalhas Barros, natural de Garça, interior paulista, primogênita de uma familia de cinco filhos, sofreu um duro golpe quando, no início dos anos 90, os negócios com café de seu pai deram para trás. A falência e perda de todos os bens causaram a prematura morte do genitor. Adriana, mimada garota, que ia a escola em carro com motorista, começou aos pouco mais de trinta anos de idade, hoje tem 44, a conhecer a vida pelo lado mais duro.
Ela já havia tentado a sorte como modelo na adolescência, sem sucesso. Formou-se em Educação Física pela Universidade de Marilia e, ainda gozando do fôlego financeiro do pai, abriu uma academia de ginástica em Garça, Oficina do Corpo, igualmente sem os esperados resultados. Vendo que fitness e aeróbica não eram seu futuro, ela resolveu investir estudando Jornalismo, também na Universidade de Marilia.
A morte inesperada do pai fez da filha mais velha a responsável pela familia. Os credores cuidaram de levar os bens restantes e Adriana foi morar de aluguel em um pequeno apartamento com mãe, irmãos e irmãs.
Teve uma rápida passagem por uma tevê local de Marilia, pertencente a um primo, onde apresentava um tipo de colunismo social televisivo caipira. Ela deixou de ser garota mas queria continuar sendo mimada. Foi demitida.
As circunstâncias da vida a fizeram procurar um emprego sério. Adriana candidatou-se à uma vaga de animadora no Club Med de Itaparica, na Bahia. Conseguiu a vaga. Sua sorte começaria então a mudar.

A Classe operária vai ao paraíso
A convivência com gente de todas as partes do mundo começou a exercer fascinação em Adriana. Os hóspedes masculinos mais velhos e bem de vida eram para ela ainda mais fascinantes. Diz-se que sua queda por senhores endinheirados também a fez ter um romance com o locutor esportivo Galvão Bueno. Mas o pão-durismo global parece ser diferente do da Volkswagen alemã.
Os executivos da empresa germânica também têm suas fascinações e foi nas areias brancas de Itaparica que Klaus Volkert descobriu o que é que a baiana tem. Mesmo sendo a baiana uma paulista. Qual gringo já nota a diferença?
As dificuldades financeiras persistiam, aluguéis em S. Paulo atrasados, a familia com dificuldades. O romance, contudo, evoluiu. Adriana, que já não precisava mais do trabalho no hotel, voltou para S. Paulo e Volkert, após alguns telefonemas da amante, injetou os primeiros 150 mil de dólares, por transferência bancária, para que ela comprasse uma bela chácara, a Itaroca, em Garça e resolvesse com isso de uma vez o problema de teto da prole.
A partir de então ninguém mais segurou a dupla de apaixonados. Adriana, deslumbrada com as primeiras, logo frequentes viagens, e incentivada por Volkert, resolveu embarcar definitivamente no jornalismo. Procurou o SBT Centro-Oeste Paulista de Jaú para contratar espaço para um programa próprio e a produtora de vídeo Ideon Video, de Baurú, para realizar a produção. Tema da transmissão: Turismo, viagens longínquas, paisagens deslumbrantes, eventos de gala, barcos e assuntos os mais diversos, relacionados a luxo e luxúria. Uma espécie de Daslu eletrônica.
O custo do programa de 30 minutos foi garantido por um contrato, feito por pressão superior, diga-se Volkert, com a agência de publicidade ALMAP BBDO que possui a conta da Volks no Brasil e pertence à empresa. Estes fatos, e mais alguns, ainda não chegaram à auditoria interna que corre na Alemanha. Adriana já passava mais da metade do ano fora do Brasil. Com a injeção monetária da Volks, as viagens e hotéis para ela e acompanhantes, motoristas exclusivos à disposição onde fosse, barateavam suficientemente os custos de produção do programa. O projeto foi artificialmente viabilizado. Adriana também passou a fazer parte do time editorial da revista Elite Magazine, da qual já foi até capa. O periódico bimensal é especializado também em luxo e personalidades. Uma Daslu impressa.

O mensalão da multinacional
O mensalão de Adriana era uma dor de cabeça para a agência publicitária brasileira, que se via obrigada a "lavar" uma quantia mensal, às custas do orçamento da Volks, assumindo com isso sérios riscos de enfrentar problemas posteriores, que ainda estarão por vir (de acordo com o trabalho da auditoria) patrocinando um programa, o Programa Adriana Barros, sem audiência, resultados ou expressão no público.
A rescisão contratual foi tentada algumas vezes pela agência. Adriana apelava ao amado e logo chegava a ela um fax da agência pedindo desculpas e cancelando a rescisão. Paixão opera milagres. Melhor ainda à custa dos outros.
Além disso, ou paralelamente, multiplicavam-se as viagens de Adriana ao encontro de Klaus. Adriana se sentia agora a autêntica estrela televisiva. A auditoria interna constatou que ela só viajava em vôos de primeira classe e os hotéis eram os mais requintados.
Nas vindas do executivo o casal hospedava-se em S. Paulo, no hotel Hilton. Cinco estrelas, claro. Isso até os dois decidirem procurar ambiente mais íntimo. A saída foi um apartamento de luxo na capital paulista, no Itaim. Diga-se de passagem, aos menos atenciosos, tudo isso até agora sempre na conta da Volkswagen. Por falar em conta, a de número 196507123 no Banco Sparkasse, agência de Gifhorn em Wolfsburg, Alemanha, era também engordada de três em três meses com exatos 20.008,00 euros. O dono da Conta? - Adriana Barros.
Em 2002, as coisas iam de vento e popa. Adriana consultou um numerólogo e adotou o nome de Adryanna Barros. Gente fina é outra coisa. As viagens cada vez mais intensificavam-se. A moça caipira realizava o sonho de conhecer o mundo e divertir-se, ganhando para tudo isso um bom dinheiro. Coisa das mil e uma noites.
Nem sempre Adryanna demonstrou perseverança. Um curso de inglês, com estadia paga na Inglaterra, foi abandonado por ela sem conclui-lo. Para mostrar serviço à agência publicitária, Adryanna chegou a gravar três videos semi-profissionais, sem nenhum valor promocional. Um deles, completamente amador, teve como tema a ida à Alemanha, para apresentações, de garotos carentes que estudavam percussão, pertencentes a um programa filantrópico da Volkswagen. Na bagagem humana um irmão de Adryanna e um câmera. Nas horas vagas de Adryanna, ou seja, de trabalho para Volkert, o câmera tomava conta do pedaço, segundo quem estava por perto na ocasião. Já que a Volks paga a conta...
Sobre o programa filantrópico da empresa paira uma séria dúvida que logo deverá ser esclarecida: O financiamento da filantropia é feito através da doação de uma hora de trabalho de todos os empregados da Volkswagen alemã. Muito dinheiro portanto.
A empresa suspeita que o dinhero na verdade é também destinado na maior parte para a "tropa" de Adryanna, que cresceu com os tempos e, com a criação de uma produtora própria, a Condessa Produções, passou a contar com a colaboração empregatícia de, entre parentes e amigos, oito a dez pessoas. Uma comissão da empresa deve investigar o assunto.
Automóveis Polo, motoristas de Smoking e atriz pornô checa
Em 2003 o programa completou finalmente 150 exibições pela SBT regional. Razão para comemorar com uma festa gigantesca na chácara. Mais uma vez a Volkswagen mostrou-se generosa. Para os convidados distantes a empresa cedeu uma frota de carros modelo Polo, com motoristas trajando Smoking. Um sucesso. Gente fina é outra coisa, mas às vezes tem uma inclinação para o brega.
Os anos fazem-se sentir. Adryanna já submeteu-se a várias cirurgias plásticas, implantações de silicone incluídas, e fontes próximas a ela afirmam que até isso foi a Volks que pagou. O rejuvenescimento acompanha a ascensão da apresentadora. Em 2004 o programa passa a ser transmitido em todo o estado de São Paulo pela SBT, sendo a transmissão para a grande São Paulo feita pela TVA.
Egito, Emirados Árabes, EUA, Itália, País Checo, Croácia e mais de quarenta outros países fazem a rota do par apaixonado. Nem sempre apenas Volkert, Adryanna e agregados viajavam. Helmuth Schuster, um até pouco celebrado executivo da empresa, com sua paixão, a atriz pornô checa Katerina Brozova, eram acompanhantes não raros. Katerina e Adryanna ficaram amigas. Juntas iam às compras também. Em Praga, por exemplo.
A auditoria na Volks descobriu que foram feitas despesas até mesmo com jóias. O prejuízo para a Volks chamou a atenção também do Ministério das Finanças alemão, que agora interessou-se pelas compras dos executivos, que de forma alguma poderiam ser abatidas do imposto de renda da empresa. Jóias e similares não fazem parte dos itens de despesas de companhias a serem abatidos das contas com o tesouro. Mais um problema para a Volks.
Demissões e uma empresa a ser saneada
A apuração do escândalo na Volkswagen está longe de ser concluída. A auditoria interna acaba de vasculhar os quatro últimos anos das contas da empresa. O objetivo é analisar tudo que aconteceu nos últimos dez anos. Foi a partir daí que os protagonistas iniciaram a perfomance que deixa a empresa hoje com a reputação no chão e as finanças no buraco. O mais proeminente dos executivos envolvidos, Peter Hartz, foi o último que caiu. Uma semana atrás renunciou ao cargo. Um dia antes de jornais publicarem suas aventuras com uma prostituta brasileira que vive em Lisboa, entre outros deslevos do executivo. Nada comparado aos quase dez anos de luxúria patrocinados por Klaus Volkert.
Ontem os jornais locais trouxeram manchetes denunciando que também políticos alemães estão envolvidos no escândalo. Deputados estaduais da Baixa-Saxônia participaram de bacanais com prostitutas no País Checo e na Espanha, sob o patrocínio também da companhia.
Até agora, além de Volkert, Schuster e Hartz, mais três executivos do primeiro escalão foram demitidos ou adiantaram-se à demissão. Outras demissões são esperadas. Perdidos de amores desleixaram o comando da empresa. Wolfgang Bernhard, convocado para comandar o processo de saneamento da empresa, afirmou em entrevista que a situação poderá custar a demissão de trinta mil pessoas e o possivel fechamento de filiais. Um sistema de empresas fantasmas pertencentes aos próprios executivos envolvidos, entre eles Schuster e Volkert, e com o objetivo de, através de contratos com a empresa, sugar polpudas somas, foi descoberto.
Wolfgang Meinig, chefe do Centro de Pesquisa da Economia Automobilística de Bamberg declarou que a solução para a Volkswagen será a venda da empresa para outro grupo. Para ele os prejuízos financeiros e de imagem da empresa são dificeis de serem superados. O valor de bolsa da VW não passa de 15 bilhões de euros. Uma pechincha.
O lado brasileiro do escândalo, a apresentadora Adryanna Barros, não tem comentado o assunto abertamente e não respondeu à tentativa da ABKnet de saber sua versão da história. Seu programa vai ao ar, em cadeia nacional, todos os domingos às 10h30 , agora pela Rede TV!. A auditoria ainda não pode confirmar se Adriana também será processada. Provavelmente não, afinal de contas ela não era funcionária da VW. Ela sequer dirige carros Volkswagen. Uma ingrata, essa Adriana B., aliás, Adryanna Barros. Gente fina é mesmo outra coisa.

http://www.abknet.de/adriana.htm

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