Friday, July 15, 2005

Nada como uma idéia cuja hora tenha chegado.

Uma idéia, mesmo que excelente, se ainda não tem a sua hora chegada, tem como destino a incompreensão, o fracasso, o esquecimento. Quantas idéias extraordinárias foram fortemente rechaçadas quando de sua apresentação, seus idealizadores recriminados, execrados e até mesmo condenados à morte? Hoje, por exemplo, muitos quase não podem viver sem o que o mundo da informática tem a oferecer. Mas esse mundo teria lugar em outra época? Não, até porque nem havia conhecimento específico para desenvolvê-lo.
Devemos ter em mente que muitas idéias se adotadas mais precocemente poderiam ter sido muito mais deletérias do que úteis à humanidade. Às vezes parece mesmo que muitos conhecimentos foram adquiridos e postos em prática pelo homem antes do seu devido tempo, antes que o homem pudesse discernir quando, onde, como poderiam ser usados. Mas essa é apenas uma forma de aprendermos, de constatarmos a mesma lição: a de que as idéias, os conhecimentos têm de ser adotados em seu devido tempo.
Tudo tem a sua hora e o seu lugar. E o progresso tem de ser sempre lento e gradual. Não se deve - nem adianta - ter pressa ou tentar queimar etapas. Como tudo na natureza - o desenvolvimento de uma árvore na montanha, a formação de um homem sábio - a desenvolução de uma idéia tem de ser lenta e gradual. É uma das Leis Universais que sempre esmaga quem a quer ignorar ou crê poder ab-rogá-la.
Mas, uma vez completo o ciclo de maturação de uma idéia, nada pode impedir a sua aceitação. Ela é entronizada nas mentes, ela toma o mando e o domínio das ações. Nada nem ninguém a pode encobrir ou impedir que tenha efeito, que seja aplicada. Mesmo que toda uma população não tenha se preparado para admiti-la, acolhê-la, adotá-la, a idéia cuja hora tenha chegado não será por essas pessoas vencida: ela prevalecerá e todos quantos a ela se opuserem serão derrotados.
Porque não se pode impedir o progresso. Deus nos fez destinados a um avanço lento e gradual - mas constante. E assim como não se pode impedir o transcorrer do tempo, igualmente não se pode enganá-lo. Chegado o tempo devido de uma idéia, se nos aferramos a outra que lhe é oposta, de nada adiantará tentarmos apresentar esta última como moderna, vanguardista, vencedora. Esta idéia, falsamente moderna, que em verdade busca conservar velhos, permissivos e nocivos costumes será reconhecida como exatamente é: uma idéia superada, que não traz quaisquer benefícios e que tem de ser extirpada da memória de todos.
Da mesma forma é pura ilusão crer que uma mentira repetida inúmeras vezes se torna verdade. A mentira não se impõe pela repetição, e a verdade não se desvanece ao ser ignorada, ou omitida. Assim como para a adoção e o sucesso de uma idéia é necessário que ela tenha sido invocada, apresentada no tempo em que possa ser entendida, aceita e colocada em prática; também é necessário que um determinado argumento possa ser comprovado. Se é mentiroso não adiantará ser tão-somente repetido centenas de milhares de vezes: ele precisará ser confirmado, evidenciado, demonstrado. Porém, quanto a mentira a única coisa que se pode comprovar é de que se trata de uma ilusão, de um engano, de uma impostura, de uma fraude, de uma falsidade.
No mundo hoje há diversos exemplos de idéias cuja hora própria se avizinha ou já chegou.
Quando comecei a escrever esta mensagem eu estava animada com as notícias de que os americanos continuam pessimistas quanto ao resultado da chamada “guerra ao terrorismo”.
Pois, até há poucos meses, a maioria da população americana acreditava que a invasão ao Iraque era uma ação necessária, imprescindível, inteiramente justificável, politicamente correta. Entretanto, uma pesquisa divulgada em 03/05/2005, mostrara que 57% dos americanos estavam descontentes com a guerra e achavam que o conflito não valera a pena. Mais recentemente, no final de junho, a imprensa americana chamou de “cantilena” os argumentos do presidente George Walker Bush de que “conseguir um Iraque estável e democrático justifica o sacrifício americano”. Na edição do dia 29/06, o “The New York Times”afirmou: “Não esperávamos que Bush se desculpasse pela manipulação da informação que ajudou a nos levar à guerra, ou pelos erros catastróficos cometidos por sua equipe no desenvolvimento da operação militar, mas esperávamos que resistisse à tentação de levantar a ensangüentada bandeira do 11/9 outra vez para justificar uma guerra em um país que não tinha absolutamente nada a ver com os ataques terroristas”.

“... uma guerra em um país que não tinha
absolutamente nada a ver com os
ataques terroristas.”

Quando, entre os anos 2002 e início de 2005, sustentávamos em fóruns na Internet que essa ação não tinha nenhum amparo legal, nem se fundamentava em valores como o da justiça, o da moral, o da ética; quando afirmávamos que essa invasão tinha sido determinada por interesses escusos, e que vinha sendo arquitetada muitos anos antes dos atentados do dia 11/09/2001, esses eram argumentos que para alguns pareciam despautérios.
Mas mentira alguma prevalece sobre a força do tempo e muito menos sobre a verdade. Hoje, para um número cada vez maior de pessoas, vai ficando bastante claro que essa invasão foi resultado de intrigas, foi possível graças a autoridades que se congregaram para o Mal, para implementar suas vinganças contra pessoas das quais tinham e continuam a ter profunda inveja. E a inveja o que é? É cobiçar, desejar viva, intensamente, o que é de outrem. Planejaram uma guerra para invadir um país e se assenhorar de tudo quanto nele exista. E o que não conseguirem transferir para os seus países é destruído.
Os anos passam e nada se vê construído. Ao revés, só se vê uma crescente destruição: destruiu-se a soberania de um país; destruiu-se a dignidade de um povo - em troca de quê? Onde a liberdade prometida? Um país é “livre” sob o domínio de outro? Os nacionais de um país ocupado por forças estrangeiras são livres, podem se sentir livres? É livre quem pode ser preso, a qualquer hora do dia ou da noite, por forças militares estrangeiras - forças essas que não foram pela população escolhidas em pleito popular? Isso é democracia? Que liberdade as forças estrangeiras foram levar ao país invadido se as prisões, após a invasão, ficaram superlotadas de pessoas sobre as quais não existe nenhuma acusação formal? Que dignidade existe para os nacionais de um país dominado que, ao serem presos por seus invasores, ficam submetidos a todo tipo de torturas e humilhações - e sem terem reconhecido o seu direito ao devido processo legal? Aquele enorme caos que se vê - e o que não se vê - instaurado em todo o país, é democracia?
Saddam Hussein é responsabilizado por tudo que aconteceu sob o seu regime. Desde o início da invasão do Iraque centenas de milhares de pessoas foram trucidadas: quem é o responsável? Osama Bin Laden? Abu Mussab Al Zarqawi? É sob o domínio desses senhores (um saudita e o outro jordaniano) que a nação iraquiana está? Se está - porque os EUA não os removem do poder como fizeram com o presidente eleito do Iraque? A propósito: os EUA alguma vez quiseram - efetivamente - prender Osama Bin Laden? Al Zarqawi realmente existe?
É consternador que em pleno século XXI tenha-se permitido que a lei do velho oeste americano fosse implantada num país do Oriente Médio. “Procura-se: vivo ou morto”; estipulação de recompensa para quem delatar, prender ou matar um “procurado”; “atire primeiro, pergunte depois”; “o gatilho mais rápido”... É vergonhoso que a humanidade, hoje globalizada, tenha adentrado o séc. XXI permitindo-se assistir a tantos desmandos, a tantos desrespeitos às leis

“Decretar ordem por violência
é criar desordem.
Querer consolidar o mundo
à força é destruí-lo.”
(Lao-Tsé)

Um pensamento, quando fundado na verdade, não envelhece e é válido em qualquer época. A ignorância sempre faz com que se interprete a verdade como algo relativo e o pensamento nela baseado como uma opinião pessoal. Por isso, hoje, pode parecer impressionante que se confirme um pensamento, de tantos séculos atrás, numa era tecnológica, muito diferente da vivida pelo sábio chinês. Mas a verdade é que toda violência é sinal de fraqueza, e não existe bom gerenciamento sem benevolência.
Na sabedoria oriental a mais alta das vitórias é o perdão. O desejo de vingança fez com que bilhões de dólares fossem gastos para destruir vidas e países; para gerar ódios incontroláveis. Porém, com maciços bombardeios criou-se uma nova ordem? Criou-se alguma ordem - qualquer ordem? O mundo realmente está melhor, mais seguro? Esses bilhões de dólares não teriam sido muito melhor investidos se usados, pelo menos, para a reconstrução das duas torres do World Trade Center? Esses bilhões de dólares não teriam tido muitíssimo melhor destino se empregados para salvar vidas no Afeganistão ou no Iraque? Ou na África, ou na América Latina, só para citar alguns exemplos? Não teriam sido muitíssimo mais proveitosos se empregados em medidas efetivas para um meio ambiente mais saudável, mais limpo?
Segundo a filosofia oriental, só quando o homem desviar a sua mente do ódio e da inveja; só quando fechar os seus olhos para as ambições e tapar os seus ouvidos às maldades; e, além disso, só quando passar a cultivar o amor, a bondade e a benevolência, aí o coração do homem estará completo. E completo o seu coração ele se tornará um - iluminador do mundo.

* * *

O que tem sido impressionante hoje em dia é a velocidade dos fatos. Enquanto eu não conseguia dar por terminada esta minha mensagem, ocorreram os atentados em Londres.
E o impressionante é que, naquela mesma quinta-feira, havia sido divulgada pelo Instituto Gallup uma pesquisa mostrando que os americanos continuavam pessimistas quanto ao resultado da “guerra ao terrorismo”. Apenas 36% dos entrevistados achavam que os Estados Unidos estavam ganhando a guerra. Para 20% os terroristas é que estariam mais perto da vitória. Segundo analistas, esse índice revelava um pessimismo tão elevado quanto o registrado após os atentados em Balí, que deixaram mais de 200 mortos em outubro de 2002. Naquela oportunidade, 21% dos americanos achavam que os terroristas estavam vencendo a guerra.
Portanto, estávamos vivendo um momento em que a guerra contra o terrorismo estava perdendo entusiastas...

* * *

Todo e qualquer atentado terrorista - independente da procedência - é, como classificou o Santo Padre, Papa Bento XVI, no dia dos atentados - "desumano e anticristão".
O problema é que o terrorismo mais eficaz, poderoso e constante tem sido o de Estado - praticado principalmente por nações que se declaram defensoras da democracia. A gravidade desse problema se torna extrema quando quem tem renovado diariamente esse horror não são pequenos ou médios grupos, mas grandes nações, cujos os líderes consideram ataques preventivos como a melhor estratégia de defesa, a violência como a solução para todos os males.
Logo após os atentados em Londres, o sr. George Walker Bush afirmou que os EUA não se inclinarão “diante dos terroristas. Iremos encontrá-los, os levaremos à Justiça e, ao mesmo tempo, difundiremos uma ideologia de esperança e compaixão, que tornará insignificante sua ideologia do ódio”. Como essa é a sua posição desde o dia 11/09/2001, devemos perguntar: desde aquela data até hoje, a administração Bush efetivou alguma dessas tarefas? A propósito: o que a administração Bush entende por “esperança e compaixão”? E por “justiça”? Essa chamada doutrina Bush levou aos povos do Afeganstão e do Iraque esperança, compaixão e justiça?
George Bush continuou, afirmando: “O contraste entre o que estamos vendo nas telas da TV e o que está acontecendo aqui é incrivelmente significativo (...) Por um lado temos pessoas que trabalham para eliminar a pobreza e doenças como a aids, para ter um meio ambiente limpo, e por outro temos pessoas que matam pessoas inocentes.”
Porém, quando a administração Bush esteve a favor e trabalhou ativamente para um meio ambiente mais limpo, mais saudável? Quando esteve envolvida com a eliminação da pobreza - mesmo dentro do território estadunidense?
Muitos de nós que ainda estamos em uma situação econômica diferente da encontrada nas regiões mais miseráveis do planeta podemos esperar pelos efeitos da decisão do G-8 em dobrar a ajuda à Africa, por exemplo. Mas, e aquelas pessoas que não tiveram o que comer ontem, foram dormir famintos hoje e não têm a mínima expectativa de encontrar algum alimento amanhã: poderão esperar que essa ajuda se consubstancie em alimentos para eles até 2010? Quantas vezes já não testemunhamos tais promessas de ajuda se desvanecerem no tempo e no espaço, sem que os seus destinatários nem ao menos soubessem que um dia os ricos tinham assumido um solene compromisso de mitigar-lhes o sofrimento? O exemplo mais recente disso encontramos entre as vítimas da tsunami: muitos prometeram muito, toneladas em ajuda foram arrecadadas em todo o mundo, mas a maioria dos sobreviventes daquela terrível tragédia, principalmente os mais necessitados ainda não receberam a ajuda devida, necessária...
Bush declarou ainda: “O contraste não poderia ser mais claro entre as intenções dos que se preocupam pelos direitos humanos e a liberdade, e os que matam, que abrigam tanto mal em seu coração, que ceifam as vidas de pessoas inocentes”.
Pessoas inocentes e direitos humanos. Claro que os cidadãos londrinos, vítimas dos atentados eram inocentes e lamentamos profundamente o seu sofrimento e o de seus familiares. Mas, o que dizer daquelas centenas de milhares de pessoas que foram trucidadas no Afeganistão e no Iraque, sob os maciços bombardeios das forças militares comandadas pelos EUA? Todas aquelas centenas de milhares de pessoas que foram assassinadas brutalmente, e todos os seus parentes e amigos, que acumularam perdas pessoais e morais, além da perda de bens materiais, eram e são culpadas no parecer do sr. George Walker Bush? Eram, todas elas, merecedoras de serem assassinadas através de mísseis e armas que, poderosíssimas, deixam corpos em pedaços, destroçados? Lembremo-nos das fotos publicadas na Internet , e que puderam ser vistas em várias outras mídias, das crianças mutiladas, mortas em decorrência dos bombardeios estadunidenses no Iraque: não eram elas também pessoas inocentes?
A força militar usada contra as populações afegã e iraquiana sempre foi descomunal, sempre foi extraordinariamente desigual. Basta dizer que para assassinar os dois filhos de Saddam Hussein, Uday e Qusay Hussein, e o seu neto, Mustafá, uma criança de tão-somente quatorze anos, a administração Bush utilizou 200 soldados com rifles automáticos M-16, lançadores de granada, canhões, metralhadoras montadas sobre jipes Humvee e a ajuda de helicópteros de ataque Kiowa. Enquanto cerca de cinco soldados americanos tiveram leves ferimentos, os corpos dos dois irmãos foram mostrados, em todos os meios de comunicação, crivados de balas, seus rostos deformados, irreconhecíveis. Para que todos se recordem, peço que visitem: http://www.exactaexpress.com.br/macabra.htm. As fotos que vemos mostram algum tipo de respeito, alguma preocupação da administração Bush com os direitos humanos? Havia pesadas acusações contra os dois irmãos? Então que se usasse contra eles a força da lei - e não a lei da força. Que fossem presos e, através do devido processo legal, diante de um tribunal imparcial, se provasse que eram culpados. Então, sim, se condenados, lhes poderia ser aplicado um justo e devido castigo previsto em lei.
Porque ou temos respeito por todos os seres humanos e por todas as leis ou terminaremos por não ter respeito por quem quer que seja e nos insubordinaremos a toda e qualquer lei - exceto à lei da força - que nos esmagará. Em verdade, quando reconhecemos ao nosso semelhante direitos estamos reconhecendo a nós mesmos. Pois se a outrem não reconhecemos nenhum direito, também a nós nenhum direito será reconhecido; mas se a ele reconhecermos todos os direitos - também a nós todos os direitos serão reconhecidos. Porque as convicções que alguns têm de que são superiores não constituem verdades eternas, imutáveis, incontestáveis: são tão-somente convicções pessoais, facilmente contestadas por quem quer que seja mais forte, mais esperto, mais rápido etc. Como nem sempre seremos nós os mais fortes, os mais espertos, os mais rápidos, será de bom alvitre que todos nos submetamos à força das leis e nos resignemos a ser iguais a todos os nossos semelhantes. Pois, afinal, o vocábulo “semelhante” significa precisamente isso: que outrem é análogo a nós, é da nossa mesma natureza.
“Como alguém pode matar pessoas inocentes para atingir os seus objetivos?” Essa é uma pergunta que, curiosamente, os dois lados se fazem. E o presidente George Walker Bush já a respondeu afirmando que conseguir um Iraque estável e democrático justifica o sacrifício de pessoas inocentes, até mesmo de seus concidadãos. O problema é que aqueles que têm lutado contra as forças militares aliadas comandadas pelo governo estadunidense pensam exatamente dessa mesma forma. Ou seja, as pessoas inocentes estão sendo alvos de “dois“ lados que pensam e agem da mesma forma: os fins justificam os meios - e os meios, as estratégias são os mesmos para esses “dois” lados...
O que me parece deveria chamar a atenção dos povos é que esses atentados, por uma estranha coincidência, têm acontecido em datas cruciais, providenciais e atendido tão-só aos interesses dos senhores da guerra. Cada atentado tem causado enormes perdas às pessoas comuns por eles vitimadas e prejudicado enormemente aos muçulmanos e árabes em geral. Esses atentados têm permitido que a chamada “guerra contra o terrorismo, se perpetue em detrimento do que pensa e deseja a maioria das pessoas em todo o mundo. Se atentarmos para os ganhos que os senhores da guerra têm tido com os atentados atribuídos à Al Qaeda, parecer-nos-á bastante compreensível que jamais tenham querido realmente capturar Osama Bin Laden. Por que capturar alguém que, para eles, tem sido o seu verdadeiro braço direito? Isto, sim, seria ilógico. Percebamos que os senhores da guerra até hoje demonstraram enorme facilidade e eficiência para capturar e assassinar todos quantos se opõem à sua doutrina de guerra. Muitas pessoas pacíficas, inofensivas fisicamente, que só esgrimavam no campo das idéias, foram brutalmente assassinadas. Hoje, além das tradicionais formas de aniquilamento da oposição, o terrorismo de Estado tem eliminado os seus opositores fazendo uso até de mísseis, em plena luz do dia... Isso explica porque, em pleno século XXI, não se verifique um protesto veemente, eficaz das incontáveis entidades que se autoproclamam - defensoras da lei e da ordem. O medo da morte, o medo de estarmos sofrendo amanhã tudo que Saddam Hussein e a população iraquiana sofreu e continua sofrendo - nos acovarda e cala.
Mas, enquanto isso, Osama Bin Laden e todos os que são apontados como seus principais colaboradores continuam vivos e soltos...
Assim sendo, uma pergunta não quer calar: se Osama Bin Laden e, mais recentemente, Abu Mussab Al Zarqawi são os principais mentores do terrorismo no mundo e no Iraque - por que eles continuam vivos e soltos - enquanto Saddam Hussein teve seus filhos assassinados e está preso sem ter nenhum de seus direitos como prisioneiro reconhecidos? Os senhores da guerra constantemente o acusam, na mídia, de inúmeros crimes. Mas é muito fácil argumentar e até produzir algumas provas num meio parcial, favorável aos nossos interesses, num meio sobre o qual temos forte controle e no qual ditamos as regras. Mas será que num Tribunal Internacional - isento, imparcial - os senhores da guerra teriam mesmo como apresentar provas desses crimes? Provas que fossem válidas perante o ordenamento jurídico de qualquer Estado Democrático de Direito que faça jus a este título?

* * *

A guerra ao terrorismo, da forma como vem sendo travada, muito mais o incrementou do que dissipou. As medidas utilizadas só têm fomentado ódios e favorecido a manifestação destes de modo cada vez mais incontrolável. Na verdade, o que assistimos hoje no mundo é um campeonato de insanidades, com líderes que parecem crer que só o mais louco poderá vencer. Porém, jamais se apagará um incêndio com elementos inflamáveis. Assim como a água vence o fogo, igualmente só o Amor vence o ódio. Só o Bem atrai o bem. Todos sabemos que quem semeia vento colhe tempestade. Sendo assim, por que não semeamos a Paz?
Porém, jamais haverá paz onde não houver justiça. Independente de ideologias, religiões, filosofias é preciso que os líderes mundiais respeitem os seus comandados, que promovam a justiça social, que levem ao homem comum prosperidade, segurança - dignidade.

“Sê justo com alguém
e acabarás por o amar;
mas,se fores injusto com ele,
acabarás por o odiar.”
(John Ruskin)


A maioria das pessoas quando tratadas com justiça se sente incentivada a deixar aflorar o melhor de si. Ao revés, se as condenarmos a situações aviltantes, estaremos criando condições para que o pior delas se revele. A alegria passageira da vingança dará lugar a uma insegurança constante, passaremos a nunca mais dormir tranqüilos, porque tememos a qualquer momento ser alvo de algum ato de revolta de nossas vítimas. Por isso se diz que quem busca vingança deveria cavar duas sepulturas, pois em toda vingança há dois que saem feridos: o executor e o alvo da vingança.
Agir com sabedoria é obrigação dos líderes: destes deve partir a iniciativa, sincera, para corrigir todos os erros, pois são eles quem devem dar o exemplo que será seguido por todos.

“À beira de um precipício
só há uma maneira
de andar para a frente:
é dar um passo atrás.”
(M. de Montaigne)

Reconhecer os erros e corrigi-los exigirá dos líderes humildade e sincero desejo de proporcionar o melhor para o povo. Se conseguirem, esta será a primeira vitória real.

0 Comments:

Post a Comment

<< Home