Monday, April 25, 2005

A não-violência!

(Mensagem originalmente publicada na Internet às 03:25, do dia 01/01/2005)

A não-violência! Gandhi a defendia... Que bom se os governos - principalmente os das nações que têm o efetivo poder de decisão - fossem formados por pessoas que pusessem essa filosofia em prática no dia-a-dia. Não-violência, não-agressão... É um chamamento ao respeito, à gentileza, à tolerância, à compreensão - numa palavra, ao AMOR entre os homens.
Desgraçadamente, os homens que não ouviram Krishna, não ouviram Buda, não ouviram Sócrates, não ouviram Confúcio, não ouviram Jesus, não ouviram também Gandhi, assim como, posteriormente, também não
ouviram Yogananda, só para citar um exemplo.
Mas há outra forma de cada um de nós viver bem individualmente se todos não decidirmos respeitarmos uns aos outros? Não há como querer que SÓ nós não sejamos enganados, que SÓ nós não sejamos roubados, que Só nós não sejamos torturados, que SÓ nós não sejamos estuprados, que SÓ nós não sejamos assassinados etc. Ou somos TODOS respeitados ou NINGUÉM o será realmente. Embora alguns seres mais ignorantes se imaginem superiores a todos os seus semelhantes, ninguém o é: somos todos iguais. O outro é meu semelhante, quer eu queira ou não. E ser semelhante significa SER DA MESMA NATUREZA. Deste modo, o que me afeta, afeta ao outro. Um projetil de arma de fogo pode causar tanto a morte do outro como a minha própria. Ou seja, tudo que pode causar dano ao outro pode causar a mim também.
Em verdade, quando faço o mal ao meu semelhante estou abrindo precedentes para que me façam o mal também. Por que só eu posso causar dano a quem quer que seja? Por que outrem também não o pode causar a mim? Será que realmente posso pensar que sou imortal, protegido(a) por uma redoma, inacessível à maldade alheia? Será que posso pensar que estou acima do bem e do mal? Por exemplo, por que só eu posso invadir o país alheio? Por que só eu posso bombardear o palácio presidencial, tentando matar o presidente legitimamente escolhido por seu povo? Por que só eu posso arrastar esse presidente à miséria, caçá-lo e prendê-lo como a um ser de alta periculosidade? Amanhã não poderá aparecer outra
autoridade muito mais bem armada do que eu? Pode. E aqueles atos que eu cometi não abriram precendentes para que o mesmo me seja feito? Sim, abriram, porque se eu não tenho respeito para com outro presidente, se eu não tenho respeito às leis internacionais que protegeriam a minha vítima - porque haverão de ter para comigo respeito, por que haverão de respeitar as leis que me resguardariam de humilhações e arbitrariedades? Se eu, chefe de Estado, me permito assassinar alguém que tenha o mesmo status político, claro, abro precedentes para que o mesmo me seja feito.
Obviamente, o fato de ser chefe de Estado e/ou de Governo não concede permissão - a ninguém - para exterminar quem quer que seja sem o devido processo legal - justo e imparcial. Mas estou enfocando exemplos ocorridos entre chefes de Estado e/ou de Governo porque são eles que deveriam nos dar o - bom - exemplo (porque o mau exemplo qualquer inominável é capaz de fazê-lo). Se quem está como líder máximo, como o mais poderoso político, cuja política interfere e influencia todo o planeta, ao invés de ser o guardião da lei, prefere instaurar a lei da força, da brutalidade, da ilegalidade, da injustiça, da violência, da arbitrariedade, como os seus comandados deverão agir? Realmente podemos esperar que ajam com benevolência, com tolerância, pacificamente? Se o chefe maior inaugura um estado de guerras, de mentiras, de injustiças, de atrocidades, de desrespeito às leis obviamente só poderemos ter isso reproduzido em todas as sociedades e em todos os níveis sociais. Até porque, nessa ambiência virulenta da inferioridade, os defensores da paz, da não-violência se tornam personas non gratas, pessoas fora da “lei” vigente, que é a lei da prepotência, a lei da arrogância, a lei da violência - vigindo dentro do reino da total ilegalidade.
A propósito: em que circunstâncias mesmo morreram Sócrates, Jesus, Gandhi, Martin Luther King, Lennon? Ah, sim - foram assassinados... É, qualquer um que ganhe expressão como pacifista, qualquer um que propugne pela paz universal e o desarmamento das nações quase que invariavelmente é, no mínimo, desprezado, esquecido por todos; ou é perseguido, preso, humilhado e morto - como Jesus o foi. Isso mostra como os homens que se rotulam como admiradores e - seguidores (sic!) - de Sócrates, de Jesus, de Gandhi etc., são hipócritas! Não se tem aspiração, anseio pela paz: mentimos quando o afirmamos; pois, do contrário, todos os que aqui vieram para nos conclamar para a paz não teriam sido desprezados e/ou assassinados. A humanidade já deu mostras à saciedade de como odeia a VERDADE, o AMOR, a PAZ, a JUSTIÇA. Precisamente por isso Jesus afirmou que o seu reino não era deste mundo, pois se o fosse, os seus ministros por ele se empenhariam,
impedindo a sua entrega aos seus mais cruéis inimigos. Ou seja, se o governo implantado no planeta fosse o de Jesus, isto é, baseado no Amor, na Sabedoria, na Verdade, aqueles que se dizem seus representantes o defenderiam. Mas como todos fizeram um pacto com a Mentira, que com o Ódio e a Ignorância se associam muito bem, Jesus não foi defendido, e os seus ensinamentos são constantemente desvirtuados por aqueles que se auto-proclamam os “continuadores” de sua obra (a propósito, citarei aqui o versículo 15, do capítulo 28, do livro do Profeta Isaías: “Porquanto dizeis: fizemos aliança com a morte, e com o além fizemos acordo; quando passar o dilúvio do açoite, não chegará a nós porque por nosso refúgio temos a mentira, e debaixo da falsidade nos temos escondido”).
Somos animais gregários, precisamos do outro para sobreviver, evoluir. Como seria a vida de um único homem comum solitário em todo o planeta? Jesus, com sua sabedoria, poderia facilmente viver só - muitas vezes ele procurou a solidão. Mas, mesmo ele, cuja sabedoria o permitiria prescindir da presença de qualquer pessoa ao seu lado (pois exatamente ele é quem poderia oferecer excelente companhia e eficaz ajuda a quem quer que fosse), mesmo ele gostava da companhia de outros seres humanos quando estes, claro, não estivessem imbuídos de um espírito malígno, ou do famoso “espírito de porco”.
A mensagem que Jesus, que Buda, que Sócrates, que Confúcio nos trouxeram visa única e exclusivamente permitir que todos vivamos em harmonia com a natureza e com a sociedade.
Repudiamos a exortação para que desenvolvessemos o nosso caráter e a nossa humanidade, e o que temos como conseqüência da nossa teimosia? Insegurança, instabilidade social, violência, desconfiança de todos para com todos, mortes prematuras, desnecessárias; injustiças, desordem, miséria material e espiritual. Quando os discípulos de Confúcio lhe perguntaram o que era o ren ( que pode ser traduzido como “benevolência” ou “humanismo”) que permeia todo o seu pensamento, o filósofo teria respondido: “A principal virtude está em amar os homens”.
Também quando explicitou qual era o seu mandamento, Jesus disse: “O meu mandamento é este, que vos ameis uns aos outros, assim como eu vos amei”. Mas para amar assim como Jesus, de forma absoluta, quer seja considerando o homem na sua individualidade ou coletivamente, é preciso um alto grau de sabedoria. Sim, é preciso sabedoria para amar. Porém, não a “sabedoria” dos homens, mas a sabedoria de Deus. Porque a ignorância faz com que vários véus sejam lançados sobre os nossos olhos, de modo que apenas vislumbramos o amor, apenas o conhecemos de forma imperfeita, limitada. A ignorância faz, por exemplo, que só se queira ter sexo com quem dizemos amar. As formas físicas: é tudo quanto vemos do outro. Por elas fantasiamos o prazer que o outro(a) poderá nos dar e... “vamos à caça”. Estamos, em verdade, só em busca do NOSSO prazer e não do outro(a). O outro, em verdade, não nos importa: ele apenas será um instrumento para que atinjamos o NOSSO prazer. E assim nos limitamos a algo que só nós sentimos, sem ter a menor idéia do que se passa no universo do outro. E achamos muito natural ignorarmos o universo alheio, até porque o nosso próprio universo já é bastante desafiador e assustador - ficamos sempre só no seu umbral, no seu limiar - temendo ultrapassá-lo e nos perdermos para sempre num turbilhão de questionamentos, de sensações... NÃO! grita um gigantesco medo dentro de nós, e, assim, voltamos assustados e continuamos - na soleira da porta - que pensamos ser terreno seguro - e nunca a ultrapassamos. Quanto ao outro? Muitas vezes não queremos saber-lhe nem o nome... O que importa é o que podemos TER com o outro, o que ele pode nos DAR em termos de prazer, sensações, alegrias, euforia etc., etc., etc. O egoísmo nos faz nem nos importamos no que podemos estar oferecendo ao outro (que, muitas vezes, nem nós gostaríamos de receber). E não nos importamos até porque sempre nos julgamos extraordinariamente sen-sa-cio-nais! E isso nos leva, conseqüentemente, a pensar que - óbvio! - qualquer um torna-se um privilegiado por estar em nossa companhia. É como se nós mesmos pudéssemos sentir e avaliar o prazer que proporcionamos ao outro. Mas, se não sabemos o que acontece dentro de nós mesmos, como podemos achar que sabemos o que o nosso(a) parceiro(a) está sentindo?
Assim, apreciamos o outro tão-somente pelo seu exterior, avaliamos o quanto ele nos pode render em termos de prazer e isso é tudo o quanto basta! É tudo o quanto basta? Não, é claro que não. Rapidamente tudo isso nos causará profundo tédio, e aquela pessoa, com quem desfilavámos “causando inveja” a todos, torna-se apenas algo a ser descartado o mais depressa possível. Livres daquela “mesmice ambulante”, retornaremos “à caça”... (a propósito: quem são os bons caçadores? Os “predadores”, aqueles que destroem o outro com violência...).
E assim continuamos sempre na solidão.
E esse ciclo se repete sucessivamente. Dizemos que estamos à procura do amor... Mas se realmente quiséssemos encontrá-lo esperaríamos para conhecê-lo. No entanto, agimos como se tocássemos a campanhia e fossemos embora sem esperar para sermos atendidos. É como se avaliássemos o perfume pelo seu invólucro, pela sua embalagem, mas o trocássemos por outro antes de sentir-lhe a fragrância. No caso do ser humano, nós não nos permitimos sentir-lhe a essência, escapa-nos o que de mais rico, o que de mais precioso o outro teria a nos oferecer. O que o outro teria a nos surpreender constantemente não estamos preparados para desfrutar. É como querer abrir um arquivo para o qual não temos um programa instalado. Só que ao invés do que se faz na informática - instalar o programa necessário para ver o arquivo - nós simplesmente descartamos as pessoas sem querer “instalar” em nosso coração o programa do amor. Esse comportamento egocêntrico nos faz caminhar em círculos, nos faz comportar como um PC contaminado por um determinado tipo de vírus que faz o sistema ser reinicializado seqüencialmente sem nunca conseguirmos finalizar uma única tarefa.
E, assim, jamais encontramos o amor.
Deste modo, estamos sempre a nos bloquear, a nos limitar, a nos enganar.
E assim caminha a humanidade! Sim, mas para onde - se o faz em círculos? Ou, quando resolve caminhar, o faz como agora, em rumo a um profundo abismo? A humanidade tem se mostrado tão destrutiva, tão predadora, tão impiedosa, tão insensível que alguns governos e muitas organizações, governamentais e não-governamentais estão correndo, não para ajudar realmente as vítimas das tsunamis, mas para tentar tirar-se do vermelho, para tentar, com o dinheiro arrecadado para a reconstruções dos países arrasados pelas ondas gigantes, remediar de seus monumentais prejuízos. Nos bastidores há uma luta encarniçada para a concentração do recebimento das doações - principalmente as em dinheiro. A maior parte desse dinheiro jamais chegará às mãos dos necessitados, pois servirá para subsidiar as guerras que estão em curso. Sim, os hipócritas, dizendo estar enviando recursos para - salvar vidas, reconstruir países - em verdade estarão fazendo polpudas doações para - eliminar milhares de vidas e destruir nações. Quase todo o dinheiro gerado no mundo inteiro está sendo incinerado nas guerras. Como ao destruir se não produz riquezas, o que se está semeando é a miséria. Esta continuará sendo empurrada para o resto do mundo enquanto não ficar patente a total fragilidade econômica do hoje ainda tido como super-poderoso, com suas gigantescas dívidas internas e externas. Mas, breve, todos serão confrontados com essa implacável realidade.
A mentira para se impor exige que o seu criador constantemente a confirme e fortaleça. Para tanto, é necessário inventar novas mentiras. E isso porque a própria mentira não gosta de ser confundida: enquanto o seu criador quer que todos a vejam como verdade, a própria mentira nãovê a hora de revelar-se como tal. Ela vai, então, crescendo como uma bola de neve, até chegar a um ponto em que foge totalmente do controle de seu inventor, esmagando-o fazendo conhecer a sua verdadeira identidade. É quando, ao lado da mentira, surge, inexorável, a verdade. E aí mesmo que ainda se queira persistir na sustentação da mentira, a verdade sempre pairará, sobranceira, acima de quaisquer argumentos, seja de quem for, pois o maior e melhor argumentador não a conseguirá - jamais - superar. Nem mesmo a força de uma repetição constante, maciça, nem mesmo a força das armas pode fazer com que uma mentira - como as famosas armas de destruição em massa de Saddam Hussein - se transforme em verdade. Como já afirmara Gandhi, “o erro não se torna verdade por se difundir e multiplicar facilmente. Do mesmo modo a verdade não se torna erro pelo fato de ninguém a ver”.
E o que surpreende de modo negativo é termos, em pleno século XXI, um louco na direção da chamada “locomotiva” do planeta - reeleito, e visto por seus eleitores como um guardião dos princípios cristãos (sic!) - alguém totalmente desprovido de sabedoria, mas douto em intrigas, ódio, inveja e vingança; alguém que desconhece totalmente o valor das leis - seja as divinas, as naturais e as humanas - e o porque - todos - as devemos respeitar.
E ainda causa espécie que alguém, que se declare cristão, combata o terror de guerrilha com o terror de Estado (e sabendo-se que o Estado do qual estamos falando é o mais letalmente bem armado que existe em todo o planeta!), instaure um reino de guerras, ordene que se cometam tantas atrocidades em nome da... liberdade (sic)! Mas como se pode levar a liberdade a uma nação - que já era livre, independente, com um governo democraticamente constituído - através da invasão? Como, alguém que se diz cristão, pode se dedicar a combater o terror com um terror muito mais funesto, muito mais catastrófico, muito mais mortífero? Destarte, jamais alguém que se diz cristão poderia fazer uso da lei da força, da lei da violência - pois até um não cristão como Gandhi mostrou que entendeu perfeitamente a mensagem de Jesus quando disse: “Após meio século de experiência, sei que a humanidade não pode ser libertada senão pela não-violência. Se bem entendi, é esta a lição central do cristianismo ”.
Ou seja, não se combate o mal com um mal maior, pois, do contrário, aqueles que se dizem do bem estão se nivelando àqueles a quem dizem se opor - ao usar-lhes as mesmas armas. Como asseverou-nos ainda Gandhi, “A regra de ouro consiste em sermos amigos do mundo e em considerarmos como uma toda a família humana. Quem faz distinção entre os fiéis da própria religião e os de outra, deseduca os membros da sua religião e abre caminho para o abandono, a irreligião.

1 Comments:

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